O poder da vulnerabilidade
Vou começar este texto te perguntando – quando alguém diz que determinada pessoa é vulnerável qual é o primeiro pensando que vem na sua mente?
Por muito tempo eu achava que isso era sinônimo de fracasso e esta palavra geralmente está associada a algo negativo.
Com o passar dos anos e mais tempo estudando sobre desenvolvimento pessoal, autoconhecimento e bem-estar conheci um livro extremamente interessante chamado “A coragem de ser imperfeito”, da Brene Brown.
A autora, é professora, pesquisadora e escritora norte-americana e durante muitos anos estudou sobre a vergonha, timidez e liderança até que foi convidada para fazer uma palestra que foi um sucesso.
A partir dai se tornou também palestrante e seu anonimato acadêmico deu espaço para um lugar de exposição e vulnerabilidade.
O que é vulnerabilidade?
Vulnerabilidade de bate e pronto está relacionado com a exposição, fraqueza, quando se diz que a pessoa está numa situação vulnerável seja materialmente ou emocionalmente ela está exposta de forma desagradável.
Porém, neste livro Brene fala sobre o lado bom de não estarmos presos ao padrão da perfeição e aproveito para te trazer uma informação importante, na maioria dos meus atendimentos os clientes chegam até mim numa cobrança dura com eles mesmos por não serem perfeitos!
E eu te pergunto – você conhece alguém que seja perfeito?
Se colocar no estado de vulnerabilidade é permitir que o outro nos conheça mais e também que ele possa se mostrar mais vulnerável a nós também. A troca é mais sincera.
Vulnerável é diferente de ser ingênuo.
Outro ponto muito comum é associarem vulnerabilidade com ingenuidade, com alguém tolo. O fato de alguém estar disponível a se expor ao mundo não torna ele sem percepções a respeito do mundo.
Um primeiro passo para encontrar a vulnerabilidade em você é se perguntar por que você tem vergonha de se expor? O que de ruim pode acontecer se você sair na rua com a roupa que te agrada, com a cor de cabelo que você gosta, de cantar num karaokê mesmo sem saber cantar, de dançar independente de conhecer a fundo o estilo musical.
Perfeccionistas são os que mais sofrem com estas perguntas e posso dizer que a rigidez desta. deste sentimento pode diluir sua sensação de estar fazendo algo errado.
Estas pessoas possuem uma necessidade excessiva de parecerem perfeitos, sem erros e geralmente essa característica é vista como algo positivo para a sociedade.
Nos bastidores da perfeição
Agora falando só entre nós, no meu consultório percebo o quanto que uma pessoa sofre quando está coloca nessa posição de perfeição constante.
É algo extremamente cansativo, cruel e que demanda muito tempo de para que a pessoa possa se desvencilhar desta necessidade.
E existe formas de perceber se você está neste lugar. Confira aqui:
- alta resistência a críticas;
- extremo nível de exigência, tanto consigo mesmo quanto com os seus pares;
- grande dificuldade para trabalhar em equipe;
- percepção do erro como um fracasso;
- inflexibilidade perante erros de terceiros;
- dificuldade para confiar em outras pessoas, geralmente por não acreditar na capacidade delas;
- sensação frequente de culpa.
Você se identificou em alguma destas opções?
Se este é seu caso, pense com mais carinho em você. Vale dizer todos nós somos feitos de sentimentos bons e ruins, não somos uma coisa só o tempo todo, somos dualidade. E nós vamos falhar e provavelmente a falha que trará respostas e não os acertos.
E compreender que temos falhas e aceitá-las é um importante passo.
O mundo é imenso e tem espaço para todos nós.