Por que comigo?
Quando eu era mais nova, perto dos 25 anos eu estava saindo com uma pessoa que, por não saber dizer que não queria mais sair comigo, começou a não entrar mais em contato.
Vale dizer que naquela ocasião o celular ainda estava um pouco longe de existir, então o telefone era fixo. Para conversar com alguém a gente precisava ficar em casa aguardando a ligação ou em último caso esperar que alguém de casa anotasse o recado.
Como eu fiquei bem decepcionada com essa pessoa resolvi reunir umas amigas e viajar para a praia para “não pensar no assunto”.
Eu e minhas amigas fomos para uma balada e adivinhem só? Eu encontrei essa pessoa na balada, bem alcoolizado e com outra pessoa.
Vocês imaginam como eu me senti?
Só acontecem essas coisas comigo
Por que tudo eu?
Esse episódio e outros que já aconteceram comigo não relacionados com relacionamentos amorosos por muito tempo me faziam ficar no lugar de reclamação e sofrimento.
Como se só o meu problema fosse dolorido e triste. Como se só eu passasse por situações assim. Uma espécie de amizade eterna com a dor. “Ninguém pode sofrer mais que eu”
O que eu não percebia que embaixo dessa “capa” de sofrimento algum benefício eu tinha. A verdade é que existe um ganho secundário.
A gente sempre ganha algo em tudo o que fazemos.
Ficar triste, reclamar da vida, ganha atenção (por um tempo).
As pessoas começam a nos ver como tadinhos (por um tempo).
As pessoas começam a nos tratar como bibelôs (por um tempo).
Só que chega uma hora que as pessoas se cansam.
Chega uma hora que as pessoas começam a ver que isto não passa nunca e compreendem que é um modo de vida.
É uma escolha.
Nós escolhemos sentir o que sentimos.
Nós escolhemos ser masoquistas.
Sermos otimista.
E os outros escolhem se querem ou não estarem ao nosso lado.
O quanto de atenção verdadeira você dá ao próximo?
O quanto você realmente se preocupa pelos seus?
O quanto você sai do seu umbigo solitário e triste e enxerga outros umbigos?
Vamos sair do vitimismo e sermos protagonistas?