Quando estamos fora do nosso contexto, seja ele familiar, profissional ou qualquer outro, fica mais fácil perceber a diversidade do mundo que vive junto com os nossos.
Outro dia estava fazendo aula na academia em outro período, pois acabei de mudar meu horário. E o tema era família. Pude notar ali uns três tipos diferentes de constituição familiar, uma chamou um pouco mais a minha atenção: ela foi abandonada pelo pai quando nasceu e soube depois de um bom tempo que ele tinha outra família que morava bem perto de onde ela mora até hoje.
Na hora o que fiz foi automaticamente ir para o meu lugar seguro mentalmente e pensar na minha família, nos meus pais (que ficaram juntos até a hora que minha mãe desencarnou) e o quanto que eu achava a minha família estranha quando eu era mais nova.
Outras estavam falando do trauma que é viver quando os pais se separam e mais uma dizia que seu pai tinha vindo de um primeiro casamento quando conheceu sua mãe e quando ela soube (a pessoa que contou a história) ficou com raiva dele.
Quantos mundos diferentes vivemos e quantas vezes achamos que o nosso é estranho, mas ao nos deparamos com a realidade alheia passamos a agradecer o que temos e aceitarmos melhor nossos obstáculos?
Alguém que ouça minhas memórias pode ter a mesma reação que eu tive e agradecer por não ter passado pela necessidade de desde pequena cuidar de alguém doente, outros podem se sensibilizar e dizer que queriam ter alguém para cuidar e assim inúmeros pensamentos e sentimentos são criados.
Estarmos misturados nas vidas alheias faz com que nos tornemos mais humanos, mais sensíveis, mais próximos uns dos outros.
Cada vez que você puder, se misture, interaja, participe, esteja próximo do outro e escute o que ele tem a dizer. Não temos garantias do quão engradecedor será, mas garanto que uma visão mais humana pode brotar em você.