Por muito tempo, no decorrer dos meus relacionamentos, eu era aquela captada rapidamente pelo outro. Entendiam como eu agia, reagia ou fugia. A minha sensação era de estar completamente nua diante desta pessoa e além de vulnerável me sentia enfraquecida, como se meus maiores segredos estivessem sendo descobertos. E minha vontade de sair correndo dali era um pensamento recorrente.Já comentei neste texto aqui.
Isto reberverava em mim porque tinha muito a ver com a minha imaturidade emocional. Embora eu fosse adulta para cuidar da minha mãe, decidir o que fazer da minha vida profissional, para relacionamentos eu era a insegura, a que não sabia se posicionar, a que tinha vergonha de demonstrar que estava afim, a que se importava com a opinião alheia. E enquanto não aprendemos a lição, mais e mais pessoas aparecem para reforçarem nossos pontos a serem trabalhados.
Só que o motivo de estarmos aqui neste planeta é evoluirmos e depois que aprendemos nossa lição passamos para outras. E para isto, precisamos ser colocados em lados opostos: quem se despiu coloca suas roupas e muda de lugar.
Eu, a que temia ser “descoberta”, me deparei com um outro que diferentemente do que imaginava era bem mais inseguro que eu. Encontrei alguém que diante da primeira possibilidade de ser feliz, resolveu se autoflagelar e jogar a oportunidade fora. O medo, ingrediente muito importante para as pessoas que se autossabotam constantemente, falou mais alto e atropelou a delicadeza de seu ser. Ao deparar com um “outro” diferente de mim no agora, mas muito igual a mim no passado, reflito. Reparo. Não julgo, mas lamento.
É difícil quando notamos no outro aquilo que fazíamos com maestria, porque ao perceber isto, a nossa vontade é de avisar o quanto antes – não cometa os mesmos erros que eu. Isso só vai te ferir. E te deixar triste. Faça diferente e chame a coragem para andar contigo.
O que esquecemos é que o nosso único medo deveria ser o de não se libertar das garras da pseudo-perfeição e continuarmos não vivendo.