Eu vejo a vida como uma gangorra, porém num formato diferente. Com vários lados. Visualizo como um círculo bem grande e cheio de pessoas. Todas estão em algum movimento dela: mais para cima, no meio ou para baixo…
Tem gente conhecida, amigos próximos e desconhecidos. Alguns me olham quando eu estou lá em cima, no ponto mais alto do impulso e puxam papo, perguntam como eu estou, pedem auxílio ou somente fazem companhia em alguns momentos.
Outros, só me notam quando estou na mesma altura que eles. Ai se sentem a vontade em saber mais sobre mim. Procuram me conhecer e tiram a primeira impressão, aquela que eu sou metida.
Alguns mais me enxergam quando eu to lá embaixo, não conseguem permanecer quando as coisas apertam, sentem que não podem fazer nada a mais e partem, sem olhar para trás. São os mesmos que algumas vezes se arrependem e me procuram pedindo para a gente brincar de novo no sobe e desce da vida, mas o lugar dele acabou sendo ocupado por outra pessoa que viu o banquinho vago e se sentou. E ai eles encontram um outro espaço vago bem mais distante de mim.
Existem aqueles que não se importam em qual posição me encontro no grande brinquedo da vida, querem mesmo é estarem ao meu lado. Sempre. Sem se incomodarem se eu to triste, irritada, brava ou sem razão. E quando me percebem assim possuem o dom de me acalmarem ou simplesmente mostrarem que não importa o que aconteça vão estar comigo.
A estes meu coração acaba batendo mais forte! São raros, mas especiais. Daquelas boas safras que temos no mundo. Eles podem estar fisicamente comigo ou espiritualmente, mas sempre os sinto.
Nesta gangorra da vida a posição que estamos nunca será igual e nem mesmo o movimento repetitivo porque a cada impulso novo uma nova vista, um novo dia, uma nova experiência inicia.
E para isto, precisamos estar atentos, disponíveis ao novo. E perceptíveis à graça da coisa toda!