“As pessoas, quando educadas para enxergarem claramente o lado sombrio de sua própria natureza, aprendem ao mesmo tempo a compreender e amar seus semelhantes” (The collected works of C. G. Jung – 16 vol. VII par. 310).”
Começo com uma frase do psiquiatra e psicoterapeuta suíço que fundou a psicologia analítica. De todas as linhas da psicologia é a que mais me identifico. E esta frase fala diretamente de algo que como o próprio nome diz é escuro e queremos esconder: as nossas sombras.
É muito mais fácil não lidarmos com aquelas questões que nos atormentam e incomodam, que nos dão medo, repulsa, raiva, tristeza, culpa, peso, afinal de contas, tudo aquilo que nos causa uma sensação estranha é melhor fingir que não é com a gente, certo?
Não.
Quanto mais encobrimos nosso medos, angústias, traumas, entre outros, menos sabemos lidar com a gente por completo. E com o outro também, pois em muitos casos refletimos nossa sombra no outro e ele não tem nada a ver com o que estamos sentindo (embora a gente prefira pensar que é o outro que nós causa aquilo tudo).
O outro apenas reflete o nosso pior lado, fraquezas e quanto mais relutarmos com ela, mais tempo levamos para vivermos em paz.
E de que forma podemos melhorar este nosso relacionamento com as nossas sombras?
Abraçando o nosso lado sombrio, acolhendo-o e aceitando este lado, entendendo que tudo que é nosso precisa ser resolvido exclusivamente por nós. E para conseguirmos isto basta aquietarmos nossa mente e escutar nosso interior.
A partir do momento que aceitamos a escuridão como parte da gente, paramos de projetar no outro todos os dissabores que um dia criamos sobre eles. A nossa relação com o mundo melhora aí, quando entendemos sermos responsáveis por cada parte de nós: da luz à escuridão!