Quantos amigos apareceram como se fossem ficar para uma vida toda e depois com o tempo acabou esfriando o contato, as visitas, os e-mails, as mensagens, as ligações e por fim ficaram só como lembrança?
Quantos amores chegaram cheios de paixão, dedicação, discursos românticos e que com o passar do tempo tornaram-se “bom dia”, “oi como vai”, “até mais” e ao final nem isto?
Às vezes, somos apenas um pedacinho do caminho da pessoa.
Uma linha do livro dela. Um capítulo da série.
Uma ferramenta, um instrumento para que ela siga a caminhada.
Às vezes, o outro precisa de uma temporada ao seu lado para aprender alguma coisa contigo e seguir viagem.
O bom é que de alguma forma nós servimos de referência. Nossas palavras, atitudes, forma de pensar tocaram aquela pessoa. E a fez se mover.
Ela evolui, melhora, cresce, ouve o que temos de bom pra falar e terminada esta jornada se vai.
São fases, momentos necessários tanto para um como para o outro. Momentos de aprendizados mútuos. É claro que ver o outro partir quando a gente quer que ele fique é doloroso, mas se olharmos a vida de forma mais ampla e como uma maneira de evoluirmos ficaremos felizes em ter sido de alguma forma um pontinho de luz a esta pessoa, mas sabe porque a gente sofre tanto com isto?
Porque não desapegamos. Porque queremos aquela amizade, aquele amor, aquela pessoa para nós. Queremos ter controle sobre ela. Queremos ter posse de algo que não nos cabe.
Precisamos aprender a soltar: as pessoas, os sentimentos, a vida. Deixar mais leve, mais tranquila, mais sutil. Entender que a vida é um percurso e que muitas vezes desapegar de algo que está legal pode permitir que aproxime coisas ainda melhores em nossas vidas.
Quanto menos desapego, mais alegrias e surpresas, porque viver é isto. É equilibrar-se como malabarista, é ter jogo de cintura e disposição para saber cair e levantar todos os dias, se necessário.
Tenho certeza que no final o aprendizado maior será sempre o nosso.