Eu nunca pensei sobre meu “hipotético” filho/a ser homo/hetero, se compraria rosa, azul, amarelo. Eu particularmente não gosto de rosa então não seria uma cor para a minha filha, por exemplo.
Aliás, tenho uma história muito curiosa sobre isto – minha avó materna dava coisinhas rosas para a minha prima e azul para mim. Eu, no auge dos meus 4 anos achava que a minha avó queria que eu fosse homem. Olha a salada de fruta da criança surtadinha.
Só depois de adulta que eu fiquei sabendo o motivo – meus olhos combinavam com azul!
Minha avó não fazia distinção, mas desde pequena eu recebi a informação de cores e masculinidade ou feminilidade.
Quando adulta somente pensava – como eu poderia criar alguém para ser uma pessoa do bem? Será que eu teria condições de fazer isto? De dar asas para ele ou ela serem o que quiserem respeitando o próximo e o principal – se tornarem felizes?
Eu sou um tipo que aos olhos que passam sem observar me chamariam de “patricinha preconceituosa”, mas quem chega perto e me conhece vê na hora que para mim há uma divisão sim – ser do bem e não ser. E só.
E mesmo nesta partilha eu não aponto. Eu apenas me afasto daqueles que não se conectam com aquilo que para mim chamo de valor, mas cada um tem um tempo de evolução. E eu tenho o meu, que ainda tem uma longa caminhada.
Tudo isto é para dizer que cada um enxerga e divide as pessoas por seus gostos, valores, modo de pensar. Eu não posso obrigar ninguém a pensar como eu, mas posso pedir e exigir do outro respeito – pelo que sou e por toda a minha trajetória.
Os desavisados acharão que é um texto “político” para eu ficar bem na fita, que eu faço tipo…
Atualmente – ainda bem – já entendo que o que o outro irá pensar ou deduzir sobre mim será uma questão dele. Cabe a mim agir conforme minha consciência pede, de forma que quando for dormir eu tenha apenas a mente tranquila de que fiz o meu melhor – agradando ou não o outro.