Por um bom tempo em minha vida eu fui o trampolim das pessoas.
” – Trampolim? Como assim?”
Era comum, as pessoas se aproximarem de mim num momento de fragilidade, sofrimento, dor ou dificuldade, contar suas histórias difíceis, falavar o quanto estavam desanimadas e eu prontamente prestava “socorro”. E logo depois, estas mesmas pessoas estavam muito bem e simplesmente desapareciam da minha vida.
Porém, eu não me dava conta imediatamente que isto acontecia.
O curioso é que não era apenas com as amizades, em relacionamentos afetivos também: os caras se aproximavam, contavam suas versões de vida triste, o quanto de problema estavam enfrentando, eu utilizava de toda empatia que tinha para ajudar e assim que as coisas ficavam tranquilas e mais promissoras eles partiam.
É claro que toda esta dinâmica gerava em mim uma sensação total de incompetência, não por ajudar o outro, mas sim por afastá-los de mim. Via a questão como problema meu.
– O que eu faço de errado para o outro sumir?
Resposta que não cai na prova: não tem nada incompleto em mim. Não havia problema nas minhas atitudes, mas eu esquecia de ver que a incompletude temporária do outro fazia ele utilizar tudo de bom que eu tinha e seguir sua viagem bem. E isto era errado comigo.
Quantas vezes você já foi o trampolim de alguém? Já parou para pensar?
Este ciclo vicioso só termina quando canalizamos todo o nosso potencial para usarmos em nós mesmos e assim fortalecidos podermos colaborar com o próximo.
Egoísmo? Não, amor-próprio!