Algumas pessoas projetam uma imagem ideal delas mesmas e alimentam, exaustivamente e diariamente, esta figura. Na realidade, elas não são o que mostram para os outros, mas gostariam de ser. É como uma fachada.
Boas esposas e maridos, bons pais e mães, bons homens e mulheres em sociedade, excelentes estudiosos de religiões ou filosofias, extremamente voltados para a caridade e aos olhos da maioria constroem uma visão.
Normalmente estas pessoas são sociáveis, porém com um certo distanciamento e quando alguém se aproxima e tenta quebrar de alguma forma este muro de distanciamento elas mostram quem realmente são.
E isto gera uma grande raiva de si mesmas por permitirem que alguém conseguisse acessá-las, como se o lado negro fosse revelado. Todos nos temos máscaras, porém este tipo de pessoa em específico se esforça muito para manter a aparência de boa pessoa. E este grande trabalho acaba caindo por terra…
No fundo, esta sensação de ser “descoberto” revela um lado bastante cruel, utilizam-se de agressões verbais e ofensas com quem muitas vezes diziam gostar, ter carinho, respeito e amor.
O mais delicado desta situação é que além do medo de se envolverem afetivamente, elas têm a consciência de que não são aquilo que elas ” fingem bancar”, que se envolver e se relacionar com outra pessoa da maneira que for, do tipo de relacionamento que for, é válido, mas elas vêm como sendo um grande risco.
Poderia ser visto como uma possibilidade de melhorar como ser humano.
E ai gera mais sofrimento e cada vez mais distanciamento. Normalmente são as mesmas pessoas que viram para as outras e dizem ” – ah eu não quero ninguém na minha vida, não quero relacionamento, eu não gosto de dividir minha vida com ninguém” é como não querer adotar um animal de estimação por saberem que um dia eles partem e isto pode doer muito.
Se por acaso você for esta pessoa, se isto fez você se identificar, pensa com carinho em ser esta projeção, mas para isto é necessário convivência, aceitação do diferente e autenticidade para mostrar todos os seus lados. E não apenas o bonito, pois somos a dualidade: o bom e o mau em uma só pessoa!