Se tem algo que mexe positivamente comigo são pessoas que sabem expressar com doçura questões delicadas. Estava assistindo um vídeo da Ana Claudia Quintana Arantes, geriatra que acompanha seus pacientes terminais, que fala sobre o redimensionamento dos nossos problemas sob a perspectiva da morte.
Se vamos morrer, e isto é um fato, o que vale realmente à pena se preocupar? Para que desperdiçar o nosso tempo que é precioso com coisas irrelevantes?
Isto nos leva a pensar em prioridade, com o que realmente importa, com o que vale mesmo. Se eu sei que irei morrer na semana que vem será mesmo que eu vou me incomodar com uma pessoa que adora me tirar do sério? Será que eu vou reclamar o tempo todo do meu trabalho? Da sogra? Da solidão? Do preço dos alimentos no supermercado? Do arranhado na porta do carro? Se uma parte de nós irá findar, será que vale o estresse?
Quantas vezes nós perdemos tempo com coisas que são tão pequenas e achamos que devemos ir até o fim, porque temos nosso orgulho e ele não pode ser manchado, riscado, abalado?
Tantas coisas minúsculas diante da imensidão de viver com todo o amor que pudermos dar ao mundo. E não amanhã. Agora. Neste exato momento.