Eu não posso dizer que na minha vida tudo foi fácil, porque seria uma grande mentira. Também não posso dizer que passei necessidades, pois meus pais nos davam o necessário. Na verdade não tínhamos o supérfluo e isto era muito bem entendido por nós. Se minha mãe bem nova não tivesse ficado doente muito provavelmente seríamos classe C dos velhos tempos. Vivendo bem com algumas regalias.
Somos três mulheres. Eu sou a mais nova. Tudo era dividido em partes iguais. Nenhuma proteção para a mais velha ou para a mais nova. Era normal ouvir “- para quem não quer tem muito”, quando tinha alguma comida que a gente não queria comer.
Também aprendemos que não podíamos pedir nada na casa dos outros, se não tivéssemos dinheiro para comprar não era para pegarr emprestado e só poderíamos ir para algum lugar se tivéssemos condições.
Isto era e é o normal. Cresci com esta educação que posso chamar de educação financeira. Foi assim que aprendi a ser independente. Foi assim que aprendi a ter as minhas coisas e talvez tenha sido assim que disse muitos “não”s para a vida quando o assunto era gastar.
Por que eu estou dividindo isto com vocês? Para dizer que cada estrutura familiar compreende o “educar” de forma diferente e com isto as conclusões que temos são divergentes. E não há problema, apenas é algo que não reconhecemos na nossa vida, no nosso cotidiano.
As diferenças existem e estão aqui na nossa frente para identificarmos e convivermos da melhor forma. Então se você está neste momento passando por algum conflito que envolve alguém oposto a você pense que talvez esta pessoa não esteja te “enfrentando”, mas apenas passando o conteúdo que ela tem sobre a vida, aquele que ele aprendeu como certo.
Quem sabe uma conversa despretensiosa possa fazer vocês entenderem melhor um ao outro?