Minha mãe era o tipo de pessoa que dizia: “se não provou, não tentou, não experimentou, não pode dizer que não gosta”.
E eu tinha mania de dizer que não gostava de tal comida, ou que tal roupa não ia caber, tal cantor era ruim, mesmo sem nem ter vivenciado, provado ou ouvido.
Acho que era por isto que ela dizia que eu não tinha palavra, porque eu dizia que não ia fazer algo e logo depois mudava de ideia e lá estava eu voltando atrás do que eu tinha dito que não faria. Ela adorava porque normalmente meu “não” inicial se transformava no “sim” final que ela queria.
Hoje já crescida me dei conta de que ainda trago alguns resquícios destas mudanças de opinião.
Eu amo música, fiz aula de canto por um tempo, adoro dança, amo teatro, mas não curto musical. Eu prefiro um diálogo falado do que cantado e sempre que me convidavam para ir eu dizia que não gostava.
Uma vez recebi um convite e aceitei. Gostei. E vi que minha concepção estava errada, eu generalizei todos os musicais.
E acho bom ter esta mudança de opinião.
Ser o tempo todo uma coisa só, pode fazer com que sejamos duros. É bom trabalhar com a nossa flexibilidade!
Ser flexível é ser como o bambu: ele é maleável, quando vem o vento enverga, abaixa, mas jamais tomba. Ele sabe como agir e não se deixa abater.
Flexibilidade é permitir experimentar algo que ainda não foi vivenciado para poder decidir se efetivamente não quer para a sua vida.
Quero experimentar mais e mudar de opinião se for necessário, quero ter mais oportunidades de escolher o que é bom para mim, mas experimentando e não imaginando.
E você?