Soube, por estes dias, que o pai de um ex-namorado faleceu há pouco tempo. Eu havia sonhado com eles e ai as suspeitas de que tinham coisas estranhas no ar foram confirmadas. Meu ex-sogro era aquele tipo de cara que a gente gostava de ficar por perto, sabe? Contador de histórias, bem humorado, do bem, com uma sabedoria e fé ímpares. Aquele tipo de pessoa que quando sabemos de sua passagem nos dá uma leve sensação de tristeza.
O fato é que isto me fez lembrar das pessoas que passam em nossas vida e que de uma forma ou de outra acabamos perdendo o contato. Não por briga ou inimizade, mas pela correria da vida e suas direções.
Esta família que eu comentei ai em cima me acolheu de uma forma muito amorosa na época em que eu namorava este meu ex e o que eu mais queria era ter sabido em tempo de me despedir do pai dele.
Também me fez pensar sobre o que estamos construindo nesta caminhada em nossos relacionamentos. Somos pontes, muros, barreiras, acesso, atropelos? O que a gente constrói nestas relações nos fará sermos bem ou mal lembrados no futuro. E isto não significa que temos que ser bons para sermos bem lembrados, mas que a energia investida para plantarmos o bem é mil vezes melhor do que o contrário.
Quantas vezes a gente pensa em ligar para alguma pessoa querida, mas por bobeiras como orgulho deixamos para uma outra hora? Lembro que uns anos atrás pensei em visitar tanto ele quanto a minha ex-sogra e não fiz porque achei que poderia ficar chato. Chato ficou eu não ter conversado com ele sobre a vida, ouvido seus assuntos favoritos e tomado aquela malzbeer que ele sempre deixava reservada para mim.
Chato é a gente deixar de dizer o que sente preocupados com o que os outros vão pensar. O pior não é o que vão pensar, mas sim o que vamos sentir quando descobrirmos que não há mais tempo.
Te faço um convite: liste aquelas pessoas especiais que você está pensando há tempos em conversar e simplesmente ligue para elas, mande e-mail, pergunte como estão, diga que elas são importante em sua vida e esqueça esta história de orgulho, é apenas um nome bonito para dor de cotovelo.