Hoje em dia algumas palavras que significavam muito no passado perderam valor. Isso me faz lembrar de quando minha tia diz: ” – Para você todo mundo é amigo! ” E eu sempre comento que chamo de amigo para facilitar, mas que no meu coração eu sinto quem é de fato e quem não é.
Mas utilizamos muitas palavras importantes e significativas em demasia, à toa. Sentimentos também.
A palavra desculpa, por exemplo, é comum – magoei – peço desculpas e está tudo certo, mas se avaliarmos antes de causar o desconforto no outro podemos poupar a utilização da palavra sem banalizá-la. Podemos usar do bom senso. Desculpa não é curativo, é como um remendo que nem sempre resolve, principalmente quando mexem muito na casquinha da ferida, uma hora pode voltar a sangrar e deixar marcas.
Um outro exemplo é de uma expressão que se perdeu no mundo de hoje é o “eu te amo”.
Lá no passado, dizer “eu te amo” era como um remédio milagroso que só podia ser usado em momentos específicos, porque se usasse demais poderia perder a força da sua ação.
Hoje já não. Todo mundo ama todo mundo. Todo mundo solta “eu te amo” como quem distribui balinha no farol. É bom amar as pessoas? Sim, claro, mas quando realmente amamos esta pessoa. Eu digo por experiência própria. Utilizando como promoção de feira a expressão perde força.
Além de tudo, amar é atitude, é mostrar que não são apenas as palavras que fazem este contexto e sim a ação que confirma todos os dias este olhar acolhedor ao outro.
E quando nosso sentimento for de transbordar no outro? O que iremos dizer? E quando sentirmos aquela emoção profunda de gratidão, amor, respeito, afeto, de desejar o bem independente de querermos que seja nosso, vamos dizer o que? Eu te amo plus? Elevado a 1000? Mais do que tudo? Percebe que perde o poder e o brilho da expressão?
Não diga eu te amo à toa, use com parcimônia, não porque acaba quando usamos, mas porque ele só aflora quando vem do coração!