Eu fui fazer uma entrevista de emprego num lugar muito descolado, moderno e informal. Decidi usar uma roupa mais “largada”, estilo do local, afinal de contas este estilo seria normal para as pessoas que ali trabalhavam.
Fui contratada. Iria finalmente trabalhar num local mais descolado. Assim que minha coordenadora teve mais liberdade comigo ela disse: ” quando te vi com aquela roupa na entrevista deu vontade de nem te atender. Achei uma falta de respeito”. E ai comentou detalhe por detalhe da minha roupa no fatídico dia.
(não estava com bermuda e camiseta de time de futebol, estava com uma bermuda social, uma bota da moda e uma camiseta moderna que se usava na época).
Eu perguntei a ela: – e por que você me contratou então? E ela me respondeu que tinha sido por conta da chefe (mas a verdade é que o salário era extremamente baixo pela quantidade de trabalho que a função pediria, ou seja, eu não devia ser a primeira que ela entrevistou).
Aquila questão mexeu comigo, pois ela me julgou pela escolha do meu traje e questionou a minha habilidade e capacidade por conta disto.
A pergunta é: a impressão é a primeira que fica?
Neste caso não foi, pois mesmo assim ela acabou me contratando. Logo depois ela teceu elogios a mim caindo por terra toda a impressão que ela teve.
Quantas e quantas vezes você, eu e todo mundo julgamos as pessoas por aquilo que elas aparentam ser? Pelas roupas, pelo modo que fala, pela cara que tem ou simplesmente por não ser o tipo que a gente gostaria que fosse?
Já notei que dependendo de onde eu estou as pessoas criam ideias sobre mim que depois de um tempo são completamente dispensadas.
A questão é que ainda vivemos num mundo preconceituoso sim. O diferente ainda não é respeitado, o mais quieto pode ser visto como tonto, o mais falante como pop, e assim diversos outros rótulos são dados diariamente às pessoas.
Eu não me excluo deste grupo, mas como já passei por algumas situações assim tenho um olhar mais afetuoso ao diferente.
É por isto que eu vim aqui conversar com você que lê meus textos e fazer uma proposta: tente a partir de hoje julgar menos e observar mais as pessoas empaticamente.
Tente olhar além de seus olhos e compreender quem elas são não pelo que aparentam. Tente olhar as pessoas como seres humanos assim como você: cheio de falhas, mas também cheio de coisas boas.
Não precisa vir aqui me contar como foi a experiência, mas espero de verdade que você se surpreenda com as descobertas que você terá sobre o outro! E que com isto possa mudar a si!