Se vivemos muito tempo dentro de um quarto escuro, sem luzes ou janelas que mostrem um pouco da claridade, ao sair dele sentiremos uma falta imensa da escuridão, bem como de tudo aquilo que tínhamos dentro daquele quarto. A nossa referência de vida era única e exclusivamente ele.
O quarto escuro é uma forma de mostrarmos como pensamentos errôneos sobre nós funciona em nossa mente. Isto acontece quando estamos há muito tempo presos em alguma crença que nos limita, que nos faz acreditar em algo que não é verdadeiro. É como se estivéssemos acostumados com o ruim, alimentamos frases, comportamentos e ideias com aquilo que não melhora e nem nos dá esperança de que pode ser diferente.
E a necessidade de permanecer na escuridão daquele cômodo é o que podemos chamar de zona de conforto. É ficarmos quietinho diante de uma situação padrão e não buscarmos nada de novo para não doer ou nos fazer mudar.
Só que num determinado momento da nossa caminhada acontece algum desvio do percurso que nos dá um chacoalho e algumas possibilidades surgem diante de nós. Uma delas (e a mais automática de todas) é a vontade de sumir, fugir, escapar de alguma forma daquele instante que nos coloca de cara com nossas questões. Outra possibilidade é encararmos este acontecimento como forma de melhorarmos como seres humanos e conseguirmos enxergar a claridade que está aparecendo através deste novo cômodo que se faz presente.
Abrir as portas, as janelas e permitir que o vento e todas as novas energias nos tragam vida é parte importante da nossa trajetória. Sem isto vivemos pela metade, com medo, sem desafios internos, sem transpor montanhas…