Ser bonzinho não é legal
Um belo dia eu descobri que uma pessoa não só havia me tirado do facebook como me bloqueado. Ou seja, eu não teria a menor possibilidade de ter contato com ela. Imediatamente meu ego disse “como assim?” isto não pode acontecer. Eu posso bloquear pessoas, mas elas não.
Depois de ter voltado ao normal e me conscientizado de que isto é um direito de todos, e não só meu, comecei a pensar no meu sentimento de rejeição embutido ai “ – todos tem que gostar de mim! “ e o quanto isto pode interferir na minha verdadeira essência.
Também tentei achar o motivo pelo qual isto aconteceu, sendo que não havíamos brigado, discutido, muito menos nos falado nos últimos tempos. É claro que eu só saberia a verdade se perguntasse à pessoa, mas diante a situação:
– a) ela não falaria comigo,
– b) ela poderia mentir, caso falasse.
E ai vem a pergunta: por que queremos ser amados e queridos por todos? Até mesmo por pessoas que sabemos que não fazem o menor sentido em nossa vida?
E isto me leva a outra história, a da síndrome da boazinha, muito falada em sessões de terapia. Eu era a própria e achei que a tal boazinha já tinha morrido, mas em momentos como este que acabei de dividir com vocês que vejo que ela ainda respira com ajuda de aparelhos e, às vezes, tem melhoras significativas.
O que é a síndrome da boazinha?
Para quem não conhece, a síndrome da boazinha é uma certa compulsão em ajudar todo mundo, dizendo sempre “sim” ao outro e “não” para si. Abandonando a própria vida, esquecendo de realizar os seus próprios sonhos e sendo assim, constantemente frustrado por não ter o apoio que gostaria. E ainda podendo ser “aproveitado” pelo outro totalmente consciente.
Viu só como ser bonzinho deste jeito é ruim?
Eu por exemplo, sou assistencial, gosto e me sinto bem em ajudar o próximo, porém não abro mão dos meus sonhos e eles tem a ver com esta questão de motivar, inspirar, despertar no outro o seu melhor, mas quando eu me saboto e esqueço de meus desejos e vontades entro no lado “boazinha” da força e isto não é legal para mim.
O que fez esta pessoa me deletar da sua rede de amigos internautas eu não sei, mas o que vai importar é o sentimento que eu tenho em relação a ela e o quanto eu estou com orgulho ferido.
É importante avaliarmos cada caso e termos a consciência também que quando vale à pena nada impede que possamos bater um papo para entender o que aconteceu e resolver as arestas, mas se nosso objetivo é somente para sermos aceitos, melhor seguirmos adiante.
Dizer sim quando queremos realmente dizer, é um ato de amor com a gente e com o próximo.
A autenticidade agradece!