Estamos em existências distintas: eu não sei sobre a sua vida e nem o que você pensa.
Você não vive a minha vida e, portanto, o mesmo acontece.
A partir do momento que se estabelece uma relação entre nós, acordos são criados, (mesmo que não seja pré-estabelecido), e a gente automaticamente deduz que o outro vai nos compreender e vice-versa.
E ai é que está todo o nosso problema: deduzimos, mas não acordamos. Decidimos, mas não dizemos. Achamos, mas não fazemos efetivamente este combinado.
Com isto, abrimos precedentes para desentendimentos.
E quem perde? Nós.
Acabo de falar aqui o que acontece em muitas relações entre todos nós: sejam amigos, familiares, rolos, casos, namorados, cônjuges, etc.
Vivemos, a cada dia que passa, mais voltado para as telas de nossos smartphones, tablets, computadores e muito menos para os olhos nos olhos, para o “senta aqui vamos conversar”, “o que está acontecendo?”, “por que nos distanciamos?”.
Eu acredito que estas perguntas seriam muito mais comuns se não existisse toda esta modernidade a menos de 10 centímetros da gente.
Se eu acho ruim a tecnologia? Não. Adoro esta facilidade do online só que as relações poderiam ser mais cultivadas no cara a cara.
Às vezes penso que o mundo está tão no online que iremos voltar ao começo quando nada disto existia e consideraremos inclusive a possibilidade de chamar nossos vizinhos para um café na porta de casa: sem wifi.