Quando eu fazia comunicação social, aprendi que existem sempre mais do que uma verdade: a de cada um dos lados envolvidos, de quem passa coleta os dados para passar a notícia (que deveria ser a apuração apenas dos fatos sem parcialidade) e a verdade absoluta que ninguém nunca saberá.
Em 2016 foi intitulado o termo “pós-verdade”. Ela foi escolhida como ” a palavra do ano pelo conceituado Oxford Dictionaries. De aparência simples, quase inofensiva, fácil de pronunciar, e que soa mais como um modismo. Em inglês, post-truth quer dizer a preponderância das crenças e ideologias sobre a objetividade dos fatos…significa que a opinião pública pode ser moldada mais pelos apelos emocionais ou pelas convicções de cada um do que pela consistência dos fatos. Com isso, tende a ruir, ou no mínimo ser posto em cheque, o conceito da objetividade dos fatos, pilar essencial do jornalismo profissional desde o alvorecer do século passado.” (fonte Instituto Palavra Aberta).
Com isto sendo validado no dicionário e se a verdade já foi absoluta e agora pode ser o que eu penso e o quanto eu tenho de crenças sobre determinado assunto, independente de ser a melhor opção, todo mundo está certo e ao mesmo tempo, errado aos olhos alheios. E, assim sendo, vira terra de ninguém.
Mas se voltarmos ao micro, ou seja, a mim e a você, será que realmente precisamos sair por ai distribuindo verdades que não vão ajudar nem a nós e nem ao outro?
Questiono isto porque eu sempre fui muito a favor do que é correto, do justo, do que “devemos” fazer, mas com isto de certa forma eu quis colocar os outros embutidos na caixinha das minhas verdades. E cada um tem a sua forma de pensar, agir e sentir.
Cada família tem um jeito de pensar, pois nascemos e somos criados por duas famílias que se uniram (nossos pais) e que juntos deram um novo modelo baseado no que gostavam ou não sobre a educação que receberam! Sei que existem várias vertentes ai: pais solteiros, mães solteiras, pais adotivos, avós que cuidam, mas de qualquer modo cada um vem de uma educação e repassam aquilo que acham ser o melhor.
Se apenas neste contexto há diferenças de opiniões imaginem se estendermos para a humanidade! Vai ser difícil definir o que é verdade ou não.
Por isto, recentemente busquei nos meus arquivos pessoas afetivos uma história que eu li numa revistinha que minha avó paterna comprava para mim. Chama o crivo das três peneiras. Verdade, bondade e necessidade. Antes de falar algo de alguém tenha certeza que seja verdadeiro, depois, se vamos contar esta história para alguém se fosse nossa a gente gostaria que contassem? E por fim, é necessário falar isto para qualquer outra pessoa?
Não, confesso que ainda não consegui ter esta atitude tão evoluída, mas espero de coração que em breve eu consiga aplicar 1% que seja disto em minha vida!