A proposta era bem simples – reunir mulheres que sejam empreendedoras ou que tenham vontade de empreender. Um modo de fomentar negócios, Networking e divulgar o ramo de atividade da empresa de cada um. Como atrações, foram convidadas cinco palestrantes.
Logo de início tinha um café que já possibilitava um bate-papo informal para conhecer um pouco mais sobre toda aquela turma.
Eu não havia participado de um encontro exclusivo para mulheres com muitas pessoas e, por isto, aproveitei o momento para divulgar meu trabalho e tentar falar com o maior número de mulheres possível.
Um parênteses – acredito muito no colaborativo por essência e não aposto na competição. Sei que existe um longo debate sobre isso que eu não irei abordar, mas como mulher posso dizer que ainda sinto esta questão entre nós. Porém, o mais interessante é que o meu serviço ou produto pode ser igualzinho ao seu, mas o jeito que nós fazemos não são iguais, mesmo se formos melhores amigos de infância ou irmãos. Cada ser humano é único e cheio de riquezas dentro de si, portanto, ter receio que alguém possa pegar o nosso espaço já virou obsoleto.
Na saída tinha uma mesa que foi disponibilizada para as pessoas colocarem seus cartões de visita e por diversas vezes foi relembrado durante as palestras para que todos ao sair pegassem os cartões e panfletos que estivessem por lá.
Eu peguei a maioria deles e no dia seguinte enviei mensagem a cada um me identificando e informando sobre o meu projeto, como forma de me apresentar e incentivar o outro a fazer a mesma coisa.
Por ser um ambiente propício para conversas, trocas e possíveis negócios eu fui bem confiante nos contatos. De todos, apenas uma pessoa retornou com um “ok, obrigada.”
E claro, fiquei desapontada. Não esperava que todos respondessem calorosamente a minha mensagem, mas diante do que tínhamos vivido em comum eu acreditei que teria uma recepção mais próxima. E isso me fez pensar no quanto estamos presos ao nosso mundo individual.
Não foi pelo meu ego não ter sido atendido, foi pela falta de perspectiva do outro. Eu, você e qualquer outra pessoa que chega até nós pode ser exatamente a certa para nos colocar em contato com alguém que esperávamos há tempos!
Eu posso não gostar de mandalas artesanais, mas conhecer quem queira e indicar. Esta indicação abre portas para a vida e não só para o mercado. Uma boa ação reverte em outras boas ações seja ou não da mesma pessoa, mas o bem retorna.
Será que eu estou num mundo paralelo que acredita no outro ou as pessoas ainda não acreditam com a mesma intensidade que eu, porém acreditarão em breve?
Nem todo ” – olá, tudo bem?” no inbox do messenger ou no WhatsApp quer dizer que iremos fazer da vida do outro um spam diário com milhares de ofertas incríveis e se isto acontecer a tecnologia está tão avançada que nem precisamos olhar para a pessoa, basta bloqueá-la.
Um evento de Networking não gera resultados para aqueles que não perceberam que rede de relacionamentos é o que os nossos avós ou bisavós faziam quando sentavam na porta de casa no final de semana e conversavam com os vizinhos sobre a vida.
Os tempos mudaram, mas dois dedinhos de prosa podem nos levar a lugares nunca imaginados. Permitir que alguém se aproxime de nós é uma das formas mais sinceras de fazermos parcerias sólidas para a vida, não só profissional.