Para as minhas irmãs
No dia 05 de setembro, o Brasil tem duas comemorações, uma é pelo dia em que a Amazônia se tornou província, estado independente e a outra é a data em que foi instituído pela Igreja Católica o Dia do Irmão, este último por ser o aniversário de morte da Madre Tereza de Calcutá, que faleceu em 1997.
Por uma questão de proximidade e facilidade de escrita, escolho falar sobre o Dia do Irmão.
Comento sobre a minha família, mas normalmente falo sobre dicas sábias que guardo da minha mãe e passagens divertidas e muito produtivas do meu pai, mas nada a mais. Acredito que seja uma forma de preservá-los ou por saber que minhas irmãs são super discretas e eu respeitar isto.
Os irmãos do coração
Mas antes de falar das irmãs de sangue, preciso falar também sobre aqueles que passam pelo meu caminho e permanecem, dos irmãos que a vida nos dá. E eu já fui daquela turma que dizia que tinha muitos amigos-irmãos, só que hoje eu penso: será que se eu precisar mesmo deles todos eles estarão ao meu lado?
E é quando eu respondo esta pergunta que minha lista diminui consideravelmente, mas ainda assim ficam bons e incríveis amigos. E são estes que eu considero como irmãos por laços espirituais ou afinidade.
São aqueles que não só dizem ” – conta comigo”, mas que sentem no olhar que algo não está bem e quando a gente pensa já estão nos ligando ou indo direto para a nossa casa. Queridos, vocês fazem a minha vida ainda mais florida.
Minhas irmãs de sangue.
Somos em 3 e eu tentarei falar pouco porque sei que elas são discretas e como o Motivação Todo Dia tem tido alcance cada vez maior, manas fiquem tranquilas que eu falarei pouquinho, mas o suficiente!
Eu sou a mais nova, que não está casada e nem tem filhos. Se eu disser que somos maravilhosas e nos damos bem o tempo todo estarei mentindo, pois temos fases e eu acredito de coração que estou na melhor com elas.
Fisicamente falando tem gente que me acha a cara da irmã mais velha e outros falam que sou a fuça da irmã do meio. Modos de enxergar…
Já tive épocas em que fiquei mais próxima da mais velha e outras da irmã do meio, mas quando eu era pequena dizia que só tinha a irmã mais velha porque a Debora – a do meio – devia achar que eu era a boneca dela, pois eu era o laboratório de testes para cortes de cabelo – traumatizei risos – a pessoa que ela provocava, zoava, sabe a irmã que pentelha?
Era assim que eu a enxergava.
Enquanto que a Katia, a mais velha, me protegia, era a quem eu me inspirava, porque ela seguiu carreira como professora e eu achava aquilo lindo. E era para ela que eu pedia para dormir de mãos dadas, porque eu tinha uns pesadelos de vez em quando.
Quando maiores eu acabei me aproximando muito mais da Debora, pois vivemos por muito tempo no mesmo mundo corporativo, convivíamos com pessoas que nos conheciam, trabalhamos em empresas do mesmo grupo e isso acabava aproximando os assuntos.
Perfis diferentes, mas…
O que eu acho muito legal é que temos 3 perfis divididos por setores – a da área da educação que sempre sabe tudo sobre cursos, concursos, projetos voltados para a área, artes, entre outros.
A mulher de negócios que entende bem do mercado, de empreendedorismo, de negócio, área financeira e tem uma facilidade imensa para os cálculos e as planilhas.
E eu, que talvez seja o lado espiritual, mental e emocional.
Então quando temos que resolver um tema é muito curioso porque cada uma vai puxar o assunto focado em suas áreas de atuação, principalmente quando estamos falando da saúde e qualidade de vida do meu pai. As três juntas resulta numa boa receita.
As relações amadurecem e às vezes precisamos de tempo
Quando decidi morar sozinha a minha mãe já havia falecido eu acredito que para elas foi um salto grande eu, a irmãzinha como elas chamavam, ser adulta e morar só. ” – Quem vai cozinhar para ela?” ” – E se ela sair à noite?” ” – Como saber se ela está bem?” ” – Será que ela sobreviverá?”
E talvez seja neste momento que eu me afastei um pouco, porque para que a gente possa amadurecer precisamos de tempo, espaço e compreensão interna para saber o que foi a nossa história e crescermos cientes das nossas escolhas e passos futuros.
Depois de morar só, decidi seguir o caminho do empreendedorismo e foi outra preocupação a elas, não porque elas me acham doida, já cheguei a pensar isso, mas porque elas se preocupam. E preocupação é amor. E foi mais um tempinho de adaptação na relação.
Porém, se tem algo que eu não me afastei nunca foi dos presentes maravilhosos que elas me deram, os meus sobrinhos. Sou tia coruja, babona, incentivadora, ouvidora e não sou chamada de tia, olha que coisa. Eles me chamam de “keilinha”.
O que os irmãos nos mostram…
O nosso lado sombra.
Geralmente porque demonstramos com aqueles que estão mais próximos de nós e claro que elas foram as que mais viram meu pior lado, assim como eu o delas, mas o melhor disto é que se não fossem estes momentos, jamais reconheceríamos nossas falhas e evoluiríamos.
Então, os maiores desenvolvedores de habilidades e competências são aqueles que tiram de nós o nosso pior lado, não porque eles desejam isto da gente, mas pela possibilidade que temos de sermos nós mesmos e aprendermos com isto.
Já tive crises de achar que elas não entendem que as escolhas profissionais que eu tomei foi por amor a uma causa maior que envolve muito mais do que ao final do mês receber meu salário. E por esta razão, muitas vezes julguei e errei no julgamento.
Mas também, já tivemos momentos muito bons em que eu percebi que enquanto alguém estiver perguntando e querendo saber sobre a minha vida é porque existe amor por ali.
E o amor não vem embaladinho num lacinho cor de rosa com um embrulho bem bonito. Ele pode ser um ” – nunca pare de estudar”, ” – pense qual forma você pode ter mais clientes” ou simplesmente me aceitarem.
O nosso lado luz
No final de tudo, emociono em pensar que sou abençoada por ter minhas irmãs por aqui, simbolizando a família que a minha mãe tanto falava, aproximando a gente como o papai gosta, cada uma doando o que tem de melhor para a outra, mesmo que isso não inclua declarações de amor para todo mundo ler…
Mas como eu sou a mais emocional, não poderia deixar de registrar aqui o quanto eu amo vocês. E o quanto sou grata em fazer parte deste sistema familiar não perfeito, ainda bem!