Minha cachorra tem 12 anos. Este ano completa 13. Quando eu digo isto para algumas pessoas vejo uma cara de tristeza como se ela já estivesse partindo. Espero que ela não perceba isto.
Em todos estes anos ela sempre foi igualzinha. A única coisa de diferente hoje em dia é seu sintoma de surdez. Continua calma como sempre, latindo para fogos, dormindo na minha cama no frio e toda largada no verão perto da porta, que é onde venta mais.
Tem uma legião de fãs que conquistou sendo doce e carinhosa, mas detesta gatos e deixa isto claro assim que avista um, mas suspeito que o dia que ela levar uma unhada de um deles, ficará com medo.
Tem gente que não entende o amor dos humanos pelos animais. Tem gente que não entende o amor dos humanos pelos humanos. Tem gente que não entende nada.
Eu entendo que amar não existe tipo. É amor. Eu amo animal e gente. Eu amo pessoas de bom coração e pessoas que não entendem direito o que é isto, mas não desisto de acreditar no amor.
Minha cachorra me ensina muito. E talvez você não entenda isto porque seja distante da sua realidade, mas isto não nos faz distantes, apenas diferentes.
Eu acredito que o dia que ela partir vai doer, mas vai ter tanta coisa boa que ela deixou em cada lugar que foi que será eterna. E assim é com todos os seres que nos são especiais.
E por isto que sempre me pergunto: o que eu quero deixar para aqueles que me amam? Qual lembrança? Qual sentimento? Com um sorriso no rosto ou com a testa franzida?