Por um tempo longo de nossas vidas visualizamos o que queremos para o nosso futuro, seja ele profissional ou pessoal. Vislumbramos coisas que consideramos, naquele momento, essenciais para a nossa vida, acreditamos que assim como todas as pessoas bem sucedidas ao nosso redor teremos e seremos o que elas são.
Acontece que este padrão de “sucesso” adotado pelos outros podem muito bem não serem os nossos padrões, aquilo que nos fará feliz.
E, a partir do momento que começamos a buscar a recompensa do outro em nossa vida, nos frustramos. Claro! Desenhamos um padrão mental de outra pessoa em nossa mente, consideramos que aquilo é o caminho a ser percorrido, tentamos seguir este percurso e as coisas vão dando errado.
Enquanto estivermos vivendo a vida do outro as coisas irão ficar opacas para nós. E quando digo “a vida do outro” não estou me referindo em querer ser como o outro ou inveja. Estou me referindo em seguir os passos de pessoas que escolheram estarem lá e fazer o que fazem.
Eu posso falar com muito propriedade sobre isto, pois eu segui direitinho tudo o que aprendi com os meus pais. “Estude, trabalhe e se aposente. O trabalho garante a aposentadoria e quando você ficar velha terá condições de viver com segurança financeira.”
Naquela época isto era praticável, as pessoas trabalhavam a vida toda para juntarem dinheiro e chegar na velhice com uma estabilidade maior. Só que eu sou a filha mais nova de 3. A diferença de idade minha com elas é de 10 e 7 anos, ou seja, existe uma geração entre nós.
Seria muito injusta se dissesse que eu me dei mal. Se eu for avaliar eu me dei bem: trabalhei em excelentes empregos que me davam condições de desfrutar de determinadas regalias que não me esquecerei, mas quando eu penso em satisfação e realização a minha nota fica baixíssima.
Vivia reclamando de todos os cargos e funções que executava. Só fui menos infeliz quando trabalhei na minha área de formação, mas mesmo assim comecei a questionar se eu havia feito a escolha certa.
Algo estava errado nos empregos? Alguns sim, outros não, mas o ponto em questão era eu. Era a minha incompatibilidade com o ambiente, o clima e tudo aquilo que necessitava para ser mais feliz.
De março de 2016 para cá estou em carreira solo. Empreendedora que aposta naquilo que faz seu coração vibrar. Que acorda feliz pensando no que tem que produzir. Que acredita que a vida só faz sentido se dermos um sentido a ela.
E que espera que seu caminho tenha ousadia, amor e maestria.