Existem pessoas que aprendem rápido o lance de viver. Elas compreendem, ainda novas, que agradecer e aceitar a vida como ela é faz parte do processo todo. Me deparei este ano com algumas raridades destas e toda vez que isto acontece eu penso – se eu tivesse este entendimento com menos idade teria evitado muita dor e sofrimento, mas minhas escolhas fazem quem sou hoje e se precisei passar por tudo o que passei para levar a vida mais leve que assim seja.
Eu vejo a nossa caminhada como uma colcha de retalhos. Ela pode ter vários tipos de tecidos diferentes, mas não é por isto que seja feia, ficará se olharmos para ela com pré-conceitos ou não compreendendo que cada pedacinho faz parte da nossa história.
E isto lembra a minha mãe. Como já comentei por aqui ela tinha uma doença que limitava seus movimentos, mas apenas eles. E com ela eu aprendi valores que jamais irão sair de mim. Ela sempre falava sobre a gente não se incomodar com o que os outros pensassem sobre nós.
Sem perceber me preparou, para que eu fosse como estas pessoas especiais que aprendem cedo a viverem suas vidas sem a influência negativa do outro. Insistia em dizer que não precisávamos provar nada a ninguém, que o tempo era a melhor resposta e a verdade sempre aparecia.
No início eu achava que não, que era necessário se defender e dizer boas verdades na cara dos outros, mas isto foi na época que abandonei o silêncio da minha timidez e comecei a me defender. Como minha terapeuta sempre me disse para chegar no meio-termo temos que sair do 8 e ir para o 80 e depois aos poucos encontramos o equilíbrio.
Com o passar dos anos, lembrando os deliciosos conselhos da minha mãe fui me adaptando a uma versão mais moderna que se defende (quando acha que é necessário) e desencana quando não vale à pena. A vida me proporcionou este aprendizado. Permitiu que através de muitos altos e baixos eu compreendesse que agradecer e aceitar é o caminho.
Se revoltar quando o mar desmorona nossos castelos de areia só impede que percebamos nossa capacidade de recomeçar e quem sabe fazer um novo castelo mais lindo e sólido.
Amiga, vc nem imagina como adoro ler seus textos… várias vezes lembro situações que aconteceram comigo bem igual àquela que vc descreve (como daquele texto em que foi madrinha e o padrinho faltou. Passei por situação igual rsrs…). Enfim, seus textos me dão força e me fazem refletir. Bjokas
Nat querida você não imagina como eu fico feliz em ler isto. Porque escrever é minha paixão, mas poder contribuir com o outro através da minha paixão é incrível! Gratidão!