Já comentei num post aqui sobre a relação dos preparos de pratos simples ou mais demorados, pães, tortas ou bolos e a minha mãe. Mencionei o quanto que estar cozinhando faz eu senti-la ao meu lado.
Tudo o que eu aprendi foi ela quem me ensinou. Na impossibilidade dela mesma preparar a dedicação e a paciência tornavam ela uma grande professora.
E não só a mim. Qualquer pessoa que trabalhava em casa e que chegava sem saber fazer nem arroz, saia de lá com muitas receitas. E embora naquela época a questão do desperdício dos alimentos não fosse tema, ela sempre aproveitava tudo que fosse possível afim de evitar perdas.
Toda vez que me empolgo em algum prato me recordo dela dizendo ” – A Keila sabe cozinhar, é só ela se dedicar que sai coisa boa”. E é verdade. Só preciso querer e isto quase não acontece. Quando ocorre eu coloco uma música boa, preparo os alimentos com calma e alma, espero o tempo certo de cozimento, do grelhar e me conecto com Dona Daisy.
Hoje, o que me leva a escrever sobre comida, é para indicar o livro que estou lendo da Ana Holanda chamado Minha mãe fazia, nome de uma página do facebook dela que se tornou o título dele – link aqui https://www.facebook.com/minhamaefazia/. E só por isto me remete a uma lembrança deliciosa dos meus momentos com a minha mãe na cozinha, porque minha mãe fazia!
Para quem tiver mais interesse ela tem um curso chamado “Cozinha de Memórias” que une lembranças, a arte de cozinhar e a escrita!
Ele fala de receitas sim, mas acima de tudo, fala de um ingrediente mais que especial – o afeto – mesmo quando as relações entre receitas, ingredientes e pessoas são difíceis ou duros.
Toda indicação tem uma crônica que antecede, seja lembrança de alguém que já partiu, uma forma de contato mais profundo com alguém, momento de ensinar ou simplesmente a diversão de preparar algo gostoso junto com a sua filha.
A comida é uma forma de conectar as pessoas, assim como os aromas, os perfumes e os cenários. É uma leitura leve, doce, salgada, com uvas passas ou sem, porém recheada de amor e só por este motivo já vale a pena ler!