Toda vez que eu fazia um curso, começava um novo emprego ou qualquer outra coisa, minha mãe era a pessoa que me motivava a superar meus medos e enfrentar as dificuldades. Depois que ela faleceu eu ficava, inconscientemente, tentando encaixar alguém para cumprir a função dela em minha vida, vagando em busca desta pessoa…e não havia.
Acontece que nunca teria, pois ninguém é substituível, talvez no mundo corporativo sim, mas no dia a dia, no cotidiano não tem isto não. Ninguém ocupa o espaço que outra pessoa teve na vida de alguém, porque somos únicos! Até mesmo no amor, não há esta possibilidade, pois cada relacionamento é exclusivo, o que vivemos com um não vivemos com o outro.
Eu levei um bocado de tempo para perceber isto. Para entender que ninguém iria me ouvir, me amar, me respeitar, validar, perdoar como a minha mãe, pois era ela. O amor dela que me dava isto.
E enquanto a gente não aprende a lição o que nos acontece? A matéria se repete! Bati cabeça demais, me decepcionei demais até que compreendi que o que estava errado não eram os outros e sim o que eu esperava deles.
Fui aos poucos contando menos dos meus problemas para aqueles que eu havia determinado que pegaria a função “mãe” para resolver as coisas para mim e comecei a tentar resolvê-las sozinha. Sabe o que acontece quando a gente faz algo novo? Trocamos as ordens das coisas, falhamos e a princípio temos a sensação de que será impossível.
Só que ai, vem a danada da vida e nos mostra o quanto temos amparo das mais variadas formas e que quanto menos buscamos aprovação ou proteção, mais respostas do Universo recebemos.
E é justamente este o momento que estou vivendo e vim aqui para compartilhar contigo!
Não sei se você perdeu alguém que era seu norte, sua direção, mas saiba que se você está aqui nesta existência sem esta pessoa é porque pode superar e continuar a caminhada. A partir do momento que descobrimos isto nos libertamos para viver de verdade com a mesma sensação que temos quando o vento bate em nosso rosto.
Liberdade! Sim! Esta é a palavra! Nos libertamos quando entendemos que o outro pode nos amar, proteger, cuidar, mas que ninguém além de nós mesmos pode nos promover o melhor.
Por muito tempo aprendemos que nos amar é sinal de egoísmo, grande bobagem, cuidar de si é respeito pela vida que temos e uma forma de praticar uma das caridades mais conhecidas “amar ao próximo como a si mesmo.” Se este “mesmo” não se ama como vai transbordar de amor pelos outros?
Se libertar não é abandonar as pessoas ou as causas que acreditamos. É nos darmos aquele afago tão especial que sempre recebemos daqueles que apostaram em nós.
Hoje eu tenho certeza de que minha mãe me aplaude lá de cima. Sem drama ou texto com efeito. É sentimento mesmo. Eu sinto que ela sabe que hoje sou bem melhor do que quando ela estava por aqui e eu lembro que depois de uns anos que ela partiu eu comecei a dizer para as pessoas que sabia o motivo dela ter seguido seu destino: eu precisava voar!!