Eu costumo dizer que expectativa é a gente jogar uma bolinha de tênis para o nada e esperar que volte em nossas mãos. E a gente faz isso o tempo todo, sem perceber. E automaticamente depositamos no outro aquilo que não sabemos nem se temos a oferecer.
E isto me manda automaticamente a outro pensamento: antes de eu pensar no que o outro me oferece, será que eu estou entregando ao outro aquilo que quero receber dele?
Num primeiro momento com os botões “orgulho e vaidade” ligados vai ser quase imediato dizer que sim que sou uma pessoa muito legal e ofereço aos outros o meu melhor, mas se eu retirar de mim eles dois começo a enxergar de forma mais clara o que tenho espalhado no mundo.
Um jeito fácil de fazer isto é pensarmos em toda a “escassez” que temos. Pode ser uma listinha básica numa folha de papel. Aposto que iremos conseguir encontrar muitos itens que fazem parte do que não oferecemos. E como já deixamos nosso orgulho e nossa vaidade do lado de fora, vai doer bem menos.
Com esta lista em mãos conseguimos, aos poucos, trabalhar para que transmute de falta para fartura.
Mas não temos apenas a parte mais dolorida neste trabalhinho, podemos fazer o mesmo para as nossas abundâncias, pois tenho certeza que oferecemos muitas coisas boas aos outros.
Assim ficamos com duas listas – uma de escassez e outra de abundância e podemos passear por elas encontrando um equilíbrio. A maior surpresa pode acontecer quando olharmos para elas e descobrirmos que nem tudo que oferecemos é válido e nem tudo que não temos realmente importa e assim podemos tirar o nosso excesso e incluir a nossa falta!
Bom exercício para nós!