Desde nova, as pessoas que eu convivia diziam que eu era ingênua porque acreditava em todo mundo. Eu entendia isso como uma crítica e em dias ruins associava isso como defeito.
O tempo foi passando e eu além de confiar no outro me tornei aquela que vinham desabafar, contar grandes segredos, confidências, etc…Os mais chegados diziam que eu continuava sendo ingênua porque assim que o problema se resolvia as pessoas iam embora da minha vida e eu ficava triste. Na maioria das vezes eu concordava com elas.
Em terapia descobri um termo que respondeu muitas das minhas dúvidas. “Assistencial”. Ser assistencial é dar assistência a alguém, é ser prestativo, solidário, empático. Resisti muito para acreditar que eu era aquilo. Achava que não tinha sentido e que no final eu era boba mesmo.
Hoje eu sei que sou assistencial e gosto de ser assim. Pessoas aparecerão por tempos determinados. Precisarão de ajuda e eu vou ajudar e depois de um tempo partirão. O que eu ganho com isso? Paz. Eu fico em paz quando sei que posso fazer algo para alguém. E independe do grau de intimidade da pessoa: se é amigo ou se conheci ontem, não importa.
Faz parte de mim ser assim.
Muitas vezes acreditamos naquilo que querem que a gente seja. Porque é mais fácil nos acharmos aquela coisa feia que foi dita do que o que de fato somos, mas nós só aceitamos quem somos o dia que descobrimos nossa essência, caso contrário, a vida será ditada pelos outros e não por nós.
Aceite ser quem é. E desencane com o que acham que você possa ser.