De quem é a responsabilidade virtual?
Eu posto. Você posta. O seu vizinho comenta a sua postagem. Eu curto o comentário dele. Você curte o que eu postei e compartilha. Seus seguidores se dividem – alguns adoram o que eu escrevi, outros são completamente contra o que eu disse e partem para as ofensas virtuais.
Uns mais desavisados chegam atrasados na postagem e começam a atacar sobre o comentário de alguém achando que era algo pessoal a ele. Uma polêmica – que não tinha nada a ver com a postagem inicial – começa. No final ninguém sabe qual era o sentido daquela conversa toda.
Neste exemplo hipotético sou eu e você. Nós dois, pessoas comuns e não públicas que postamos nosso ponto de vista para um grupo reduzido aos seguidores de nossas redes sociais. O máximo que pode acontecer é alguém deixar de ser nosso amigo e continuar nos dar bom dia no elevador como se nada tivesse acontecido.
Agora vamos expandir isso a pessoas públicas, influencers, youtubers do momento. Pessoas que assim como nós viviam no anonimato, mas por algum motivo – que pode ser talento ou não – estouraram nas mídias virtuais. Algumas que só queriam ter um lugar de fala e que por sintonia, afinidade e conexão acabaram ganhando milhares de seguidores e….haters.
Por algum motivo que eu não saberia dizer com precisão, as pessoas que se tornam estrelas acabam sendo alvo de tudo, inclusive de ameaças e ofensas. É como se elas pelo fato de se destacarem dentro deste Universo irreal imenso – se tornassem insensíveis e dignas de ofensas.
Como resultado, muitos decidem sair de suas redes sociais ou adoecem, precisando procurar ajuda com especialistas.
Se eu não gosto da postagem de alguém é muito fácil, basta eu não curtir, comentar ou compartilhar aquela postagem. Eu não preciso me ofender com o que o outro posta e se por acaso eu me sinto agredida é porque de alguma forma eu preciso trabalhar aquela questão dentro de mim.
Se não faz sentido a mim, por que eu preciso entrar na postagem da pessoa e agredir gratuitamente ou julgar abusivamente as atitudes dela? O facebook tem a opção de deixar em modo soneca por 30 dias qualquer pessoa que a gente não queira ver postagens. O instagram permite silenciar status e posts dos nossos seguidores.
Antigamente diríamos que se não estamos gostando da programação de determinado canal, basta mudar. Hoje podemos atualizar isto para o mundo da internet. Não curtiu, é simples – deixa de seguir, de curtir, de comentar.
E por que não fazer o movimento contrário? Por que não propagar as boas mensagens, os bons pensamentos, elogiar uma foto bonita de uma pessoa que está em nossa lista de amigos. Compartilhar aquilo que pode ajudar o outro?
Quantas vezes eu me senti tola porque queria escrever sobre o amor universal, sobre a empatia, sobre respeitar o outro e fiquei com medo do que o outro ia achar? Eu levei 1 ano para fazer um canal no Youtube porque tinha medo do que as pessoas achariam dos meus vídeos. E sabe de uma coisa?
Meus vídeos ficaram muito melhores quando eu comecei a falar o que meu coração pedia para falar, sendo tolo ou não. E curiosamente, as pessoas começaram a se aproximar ainda mais do canal. Porque eu estava fazendo algo genuíno.
Que tal começarmos a entender que a responsabilidade virtual não é só para pessoas famosas, para quem é formador de opinião, mas para todos nós que temos a oportunidade nas mãos de propagar o melhor dos outros utilizando de forma positiva o nosso precioso tempo.