Eu estava indo para o metrô apé enquanto passava em frente a uma escola, bem no horário de saída dos alunos, e me distrai ouvindo uma menina entrar no carro e berrar: ” Eu não estou triste, eu estou bravaaaa!”. A criança gritou estas palavras e confesso que por um segundo eu pensei – que falta de educação – mas logo depois achei corajoso da parte dela expor seus sentimentos.
O fato dela ter expressado o que sentia demonstrou espontaneidade e autenticidade. Eu na idade dela, por exemplo, não falava nada sobre o que sentia. Eu não pude ver seu rosto nem tampouco seu tamanho para poder chutar a sua idade, mas pela forma com que falou parecia que tinha entre 7 ou 8 anos. E quanta personalidade!
Podia ser uma boneca preferida que a mãe não comprou ou o dinheiro para tomar lanche na escola. Podia ser porque a professora chamou a sua atenção, mas independente do que foi, ela deu seu recado e fez ser ouvida. Não, eu não estou dizendo aqui que temos que berrar para sermos ouvidos, eu estou dizendo: fale o que sente!
Quantos de nós falamos aquilo que sentimos verdadeiramente? Quantos de nós realmente abrimos nossos pulmões de ar para gritar “eu estou bravo e não triste”?.
Eu não sei o que aconteceu com ela para gritar daquela forma, mas dentro do seu mundo algo de muito ruim havia acontecido e parecia ser grave e ela deu seu recado.
Eu queria ser ela, deu vontade de voltar lá para parabenizá-la e pedir para que sempre sinalize o que está errado dentro do seu coração.
Se nós, os adultos, fôssemos sinceros uns com os outros, será que teríamos melhores relações? Já reparei que a nossa espontaneidade é vetada conforme crescemos e só volta quando já temos muitos quilômetros rodados e somos vistos como “gagás”.
Vamos treinar nossos ouvidos para aqueles que desabafam e vamos treinar nossas vozes para soltar nossas amarras. Sempre digo que juntos somos mais e de fato somos!
Que tal começar hoje?
#motivaçãotododia
#keilacaiani
Eu tenho um filho prestes a completar 8 anos, e é inevitável não compara-lo comigo quando tinha a mesma idade. Eu sou de uma geração (ou criação) que uma criança dizer o que sente (ou o que quer e o que não quer) é falta de educação. Eu oriento a não usar palavras desrespeitosas e não berrar (se não necessário – porque acredito que na vida, às vezes, é preciso berrar), mas jamais deixar de manisfestar o que sente S2 Gratidão! 🙂
Sol eu também não era deste jeito, mas tenho aprendido muito com as novas gerações! Acho que isto é o que chamam de evolução da espécie não é mesmo?
Beijão!