Ontem por duas vezes meus pensamentos migraram da minha vida para a vida de pessoas que eu nunca vi e provavelmente eu nunca conhecerei.
Logo pela manhã eu decidi ler um tab do uol que um amigo querido mandou para mim. O intuito dele era mostrar uma escrita afetuosa. Conseguiu com maestria, o tab chamado Meus amigos refugiados, foi além da escrita. Resumidamente, a reportagem conta a experiência de 45 dias do jornalista André Naddeo no porto de Pireus, na Grécia, vivendo e aprendendo com os refugiados. Uma atitude solidária com o intuito de fazer o jornalismo voluntário.
Não vou contar a história, pois gostaria realmente que todos que estiverem lendo este texto cliquem no link para lerem e em segundo, porque qualquer reprodução elaborada em cima do que ele fez seria demasiadamente ínfima. A riqueza de detalhes, o amor em cada palavra, o cuidado em passar o mais real e puro vivido por lá se encontra em todos os espaços e linhas do texto.
Ao final do dia, resolvi assistir um filme com Lázaro Ramos chamado Tudo o que aprendemos juntos que conta a história do surgimento da orquestra sinfônica do Heliópolis. Para quem ainda não assistiu vale muito. No filme, Lázaro interpreta um músico que perde a vaga de tocar pela Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) e por questões financeiras aceita ensinar música para alunos de uma escola do Heliópolis. Também não irei contar o filme, pois perderia a graça.
Os dois textos, escrito e roteirizado, mexeram demais comigo. Eu que tanto falo sobre caridade ou voluntariado, que já escrevi projeto para ajudar criança carente, mas que não andou para frente, sinto-me uma formiguinha diante de tantas pessoas altruístas e solidárias neste mundo. Muitas vezes me cobro em estar contribuindo muito pouco para a sociedade.
O fato é que se não conseguimos fazer como nestas histórias, podemos fazer de outra maneira, as ajudas estão disponíveis a cada esquina, em cada olhar, em cada semblante aflito, numa palavra otimista, num sorriso com vontade. Às vezes, “só isto” é tudo para alguém.
E por outro lado eu tripliquei a gratidão.
Se eu já tenho este costume de agradecer, esta vontade ficou ainda maior, independente dos inúmeros percalços no caminho Pode acreditar que nossas vidas são muito melhores do que as da maioria da população. Não que isto seja louvável, mas encarar realidades distantes de nosso entendimento nos torna mais empáticos com o mundo.
Como sujeitos da mesma espécie, deveríamos ter os mesmos direitos, mas já que não temos que estejamos a postos para ajudar seja quem for, dentro do tempo possível, mas de alma e coração.
#motivaçãotododia
#keilacaiani