Tenho pensado muito sobre o julgar.
Acredito que por ter sido criada numa determinada religião (extremamente punitiva e que julga o tempo todo quem está certo ou errado) me tornei uma advogada de defesa dos bons modos e condutas. Considerando os meus bons modos e as minhas condutas.
Sempre julguei, apontei o dedo, dizia em alto e bom som que achava um absurdo determinadas condutas das pessoas, mas o que eu não percebia que eu também estava cometendo um baita “pecado”. “Não julgueis para não serdes julgado”.
Ser radical, independente do tema, faz um mal danado.
Quando somos duros em qualquer opinião, o corpo padece, a mente encolhe, perdemos oportunidades de lidar com o diferente e corremos riscos de ficarmos engessados no mundo que pode não ser o real. Além do corpo apresentar os mais variados sintomas, que podem acarretar inclusive em doenças.
A inflexibilidade nos torna carrascos de nós mesmos e consequentemente fechamos a porta para que qualquer pessoa possa se aproximar porque ficamos taxados como incompreensíveis.
Nunca me esqueço de uma amiga (aliás a minha melhor amiga de escola) que não havia contado para mim que estava tomando pílula anticoncepcional porque eu ia achar que ela não prestava. E isto quando eu tinha 15 anos! Imagina o quanto eu estava fechada?
Todos nós temos o nosso limite de conduta – até aqui eu vou, daqui por diante é uma violência a mim. E é este o nosso comprometimento com nossa consciência. Fazer aquilo que gostaríamos que outras pessoas nos fizessem. E não fazer aquilo que nos faz mal.
Vocês podem estar pensando que falar é fácil, mas fazer não, mas se partirmos sempre do pressuposto que a base de tudo somos nós e o que gostamos de receber do outro a caminhada se torna mais fácil, principalmente se nos conhecemos bem e sabemos nosso modo de pensar, agir e sentir.
No início pode parecer difícil, mas praticando pouco a pouco, torna-se hábito! Sempre é tempo de rever conceitos e aquilo que achamos como certo ou errado.