O Natal sempre foi uma data linda porque incluía Papai Noel (sim, eu via o trenó dele no céu e meu avô materno sempre voltava da cozinha com a barba dele nas mãos), a família sempre estava reunida e minha mãe presente. Acho que desde pequena sentia que nossa caminhada seria por tempo limitado, então todos os anos agradecia por ela ainda estar com a gente.
Nunca fui uma criança de ter desejos absurdos de presente de natal, até mesmo porque eu sabia desde cedo que não tínhamos condições, aliás, eu acreditava que existiam vários “Papai Noel”: uns para as pessoas mais ricas e outros para as mais pobres…
Mas o clima natalino, a gentileza das pessoas ao se encontrarem nas ruas, as luzes da cidade, as decorações me encantavam, embora eu tivesse dó do Papai Noel usar aquelas roupas de frio justamente no verão…
Depois que minha mãe partiu (e foi no início de dezembro) eu ainda via graça porque meus sobrinhos eram pequenos e a magia continuou e com eles eu podia fazer o que fizeram para mim.
Eles encantados com o bom velhinho que ia pessoalmente entregar os presentes. Nunca me esqueço da cara do meu sobrinho mais velho quando recebeu seu presente do próprio pela primeira vez! Ele estava abobado! Lindo de ver. Estes momentos, compensavam tudo.
Os anos passaram, os sobrinhos cresceram, o Natal continua tendo o mesmo significado: família reunida, gentilezas, paz no coração e leveza. Não acredito no presente, e sim na presença. Tenho fé nas pessoas sendo Natal ou não, mas quero que isto se estenda por todos os dias do ano. Acho válido dizer isto, quem sabe para os próximos dias nós internalizamos este sentimento e continuamos para sempre?
Feliz Natal, feliz todos os dias, feliz vida!