Outro dia eu soube que uma pessoa ficou magoada com uma brincadeira que eu fiz. Logo ela, que sempre brinca com todo mundo das mais variadas formas. Logo ela, que parece sempre levar tudo na esportiva. Jamais imaginei que ela ficaria sentida.
Além de eu ficar mal com a situação, me coloquei a pensar em nós, seres humanos.
Como somos frágeis e sensíveis! E como disfarçamos estas fragilidades e sensibilidades todas através da comédia, da cara fechada, do deboche, da chatice, entre tantas outras máscaras.
Encaramos o mundo mediante um esconderijo, seja ele o que for. Estas máscaras fazem com que os outros pensem que somos mais fortes do que somos. E acabamos enganando por um tempo a nós mesmos.
Quantas vezes já ouvi: ” – nossa eu te achei chata, metida e brava”. E isto tudo olhando para mim por alguns minutos, ou seja, temos um tempo limitado para causar uma boa impressão e dependendo dela podemos ser crucificados para o resto de nossa existência.
E se passamos pela “aprovação prévia” corremos o risco de sermos julgados e tratados de uma forma que talvez nunca fomos em nossa existência.
E assim funciona com quase tudo o que vivemos: uma loja que nos trata mal logo de cara é para sempre crucificada, uma pessoa que nos conhece em um dia que a gente não estava muito bem registra aquele momento, uma brincadeira feita no momento errado e por ai vai.
O que me faz pensar que temos que ter cuidado com as pessoas como se elas fossem de vidro, todas, sem distinção, devem ser tratadas assim: com cuidado, delicadezas e sutilezas. Porque nunca sabemos a quem iremos magoar, mesmo sem querer.