Comentei algumas vezes por aqui que eu tenho problema no joelho e na coluna, então, de tempos em tempos, eu passo um período em clínica de fisioterapia. Fazia tempo que não encontrava um ambiente que embora a gente vá para tratar das dores a energia flua como um ponto de encontro.
O local é moderno, os aparelhos são novos, diferente das clínicas que já passei. Não tem cortinas ou biombos separando os pacientes. São estações de trabalho que são separadas por tipos de tratamento: cervical, lombar, mãos, braços, etc.
Isto proporciona a integração entre os pacientes e permite que todos possam se ver independente da mesa que estão.
Já havia reparado num jovem rapaz que ia com vestimentas que apontavam que ele era seminarista, e que sempre estava com um crucifixo no pescoço. Conversava bastante com as fisioterapeutas e com quem mais estivesse por perto, permitindo com isto que houvesse um diálogo bacana.
Numa destas eu comecei a ouvir uma conversa dele com uma das meninas que nos atende, pois ela estava usando um colar que tinha uma pedra de proteção (foi o que o paciente que deu o presente a ela lhe disse, que servia para protegê-la). Eu, interessada no ponto de vista dele entrei no meio da conversa e comecei a perguntar sobre a sua história!
Ele tem 27 anos e meu questionamento foi: – Desde quando você decidiu seguir esta missão?
E para a minha surpresa soube que faz pouco tempo. Como ele mesmo disse ele era um “homem do mundo” saia, ia para festas, baladas, namorava, bebia e nunca havia pensado em nada que fosse relacionado a igreja ou catolicismo, era “católico não praticante.”
Mas a sua última namorada fez com que ele se aproximasse mais de Deus e a partir dai ele sentiu seu coração tocar mais forte. Ele contou algumas passagens dele em alguns locais que ia por conta do seu mestrado em veterinária (pois ele é veterinário também). E a parte que mais me tocou foi quando ele disse assim: ” – …foi ali que eu me senti fazendo o bem de verdade, sem nada de egoísmo, sem querer nada em troca, apenas para ajudar…”
O único mal da escrita é não vir a feição das pessoas! Ele estava com seus olhos brilhando e por pouco eu não comecei a chorar de emoção.
A história dele dá um livro, certeza, mas a sua missão ultrapassa qualquer crença. Isso não é uma exclusividade dele. Neste mundão que andamos existem milhares de pessoas com histórias semelhantes, de encontrar com Deus e mudar sua vida. E quando digo Deus eu me refiro a tudo de bom que este mundo provê. Não foco em opção religiosa.
Eu me encontro com Deus ou a força Universal (ou o nome que mais couber a cada um de vocês) todos os dias que sento no meu banquinho e, mesmo com dor, escrevo algo aqui. Meu encontro com o divino é quando posso através dos meus encontros com pessoas como o Edson (ele autorizou que eu usasse o nome dele) dizer a vocês que todos nós temos um talento e veio para que a gente possa desfrutá-lo.
Todos nós temos possibilidade de sermos realizados, felizes e seguirmos nossa vocação, basta ouvir o chamado!
Esta letra apareceu na minha vida curiosamente após o texto e acredito fazer todo sentido.