Por mais que a gente esteja num relacionamento incrível, de troca, respeito, que seja afetuoso, não vale abandonarmos os amigos. Quando eu digo abandonar, eu me refiro em realmente deixar para lá a existência deles. E acontece. Fazemos isto sem perceber.
Estamos na sensação de completude tão grande ou na correria da vida que pensamos apenas no mundo de dois: o nosso e de quem amamos. Acontece que a nossa certeza é a da impermanência e quem hoje está conosco pode não estar amanhã.
A única garantia que temos é que os amigos vão nos levantar em dias cinzas, vão estar ao nosso lado para que mesmo na queda a gente reerga e mais do que tudo isto: vão aceitar quem somos. Com o pacote completo: defeitos e virtudes.
Também precisamos, de tempos em tempos, fazer um filtro sobre o conceito que temos de amizade. E fazer a separação dos que estão conosco sempre e dos que precisam de nós sempre. Existe uma grande diferença.
Relação boa é aquela que tem troca. Tem que ser de mão dupla e não apenas de um lado. E isso vale para qualquer relacionamento. O equilíbrio serve para isto.
Se só um dos lados puxa para que o outro evolua, em algum momento haverá a fadiga deste convívio. Ele torna-se pesado e denso e uma das pontas, muito provavelmente, abandonará seu lado…