Eu, na minha pequenez, sempre me vi como uma pessoa com quase nenhum preconceito. Acredito que o que me fazia crer nisto era ter pessoas ao meu redor com a mente “mais fechada” que a minha. E não é desmerecimento do outro, é apenas um ponto de referência, pois compreendo que exista um “modelo” criado pela sociedade (e isto envolve uma série de realidades e contextos) que potencialize o preconceito e não estou aqui para colocar culpados.
Acontece que a vida sempre dá um jeitinho simpático (ou não) de te mostrar que suas convicções estão enganadas. Foi numa conversa à toa, sem pretensões e da madrugada que cheguei à esta conclusão: minha mente ainda não abriu da forma que eu achava que tivesse sido aberta. E isto envolve também o julgamento, não só meu, mas de todo mundo sobre tudo.
E embora, inicialmente, eu tenha me sentido mal por isto, por outro lado aceitei o meu não compreendimento de outras vidas, de outras formas de enxergar o mundo, do diferente de mim, do outro. Porque provavelmente o meu modo de pensar pode também não ser compreendido por alguém e está tudo certo.
A reflexão foi mais no sentido de perceber que o mundo é um só, mas existem milhões de outros mundos existentes nesta esfera e eles são tão particulares, tão únicos que fica impossível dizer que não temos preconceito, que não temos pensamentos “retrógrados” ou qualquer coisa parecida com isto. Cada mundo particular é uma mente, uma vida que não tem como ser vivida por outra pessoa.
Fatalmente algum dia em nossa existência perceberemos que falhamos nesta missão e o melhor caminho será aceitar que existe aquilo que não é igual, aquilo não é nada igual e aquilo que talvez não entenderemos nunca e, na dúvida, podemos sempre ficar com a boca fechada e o coração aberto! <3