Tem gente que utiliza do relacionamento com o outro como central de atendimento: liga, pede ajuda, recebe atenção, orientação e desliga (muitas vezes sem nem dizer – obrigada). São as mesmas pessoas que entendem que a relação é unilateral, “vem a mim tudo que preciso”, mas cobra do outro aquilo que não dá.
Outros, utilizam como caminhão de lixo: despejam toda tranqueira que tiverem como se a obrigação do outro fosse pegar, limpar e devolvê-la limpinha.
Mais alguns acreditam que amizade é agência de publicidade, procura para demandar o job (normalmente um favor), passam o prazo de entrega e aguardam algo criativo, barato e funcional para resolverem as questões – delas.
Eu acredito que cada um de nós já foi uma destas opções. Porém, também podemos ser acolhedores. Doarmos e aceitamos doação. Isto é desapego. É abandonar nossos orgulhos e seguirmos mais leves. É praticarmos da compaixão, da empatia e da amabilidade. É compreendermos que todas as nossas ações refletem em todas as pessoas do mundo. E que somos de fato todos um.
Compreender silêncios e tristezas, estender a mão num momento de sofrimento, acalentar, acudir ou apenas ouvir. Tudo isto faz parte de um processo de cura em nós que é do amor maior.
Se queremos mais amor no mundo que a gente dê este amor, mesmo que o outro não repare ou qualifique como amor. O bem que fazemos ao mundo encontrará um jeito de chegar até nós. Independente do outro.