Quando entendemos que o tempo daquela situação terminou começa um processo bem profundo de desapego. É como se estivéssemos colocando numa sacola as roupas que não nos servem mais, mas que, ao mesmo tempo, temos uma ligação muito profunda, então, abandoná-las acaba nos dando uma sensação de perda.
Acontece que as perdas não são ruins, algumas delas nos fazem perceber que estávamos acostumados com a situação, pessoa ou local em questão e que a acomodação fazia com que estivéssemos bem naquilo, mas se avaliássemos racionalmente saberíamos que não era bem assim.
Abrir mão envolve determinação, força de vontade, amor e desapego.
Determinação porque não é fácil dizer não a algo que já estávamos acostumados há algum tempo. É preciso estamos muito seguros da nossa escolha para conseguirmos manter a palavra.
Amor porque sem ele não saberemos ponderar nossas decisões em relação ao outro. Corremos um grande risco de privilegiar o amor que temos à pessoa ou à situação e esquecermos de nós e desta forma agindo contra a nossa essência.
Desapego porque afeto não tem posse e, portanto, nossa caminhada pode ser ao lado de alguém, mas não grudada com este alguém. Estar ao lado é poder impulsionar a jornada do outro, depender é se limitar e bloquear nosso voo.
Por isto, ao decidir abrir mão é necessário fazer escolhas que priorizem a gente. Não, isso não é egoísmo, isto é autoamor. Egoísmo é querer que tudo gire ao nosso redor, autoamor é ter a consciência de que quando não estamos bem não conseguimos beneficiar ninguém. E só isto já o bastante para cuidarmos de nós mesmos primeiro.
Um viva para as nossas escolhas essências, de coração e alma!