A vida começa quando…
Sempre ouvi a frase que a vida começa aos 40 e como ela estava distante da minha realidade eu deixava para lá. Até que ela se aproximou e eu fui pesquisar sobre a sua origem.
Encontrei num dos textos da Eliane Brum – jornalista, escritora e documentarista – a seguinte informação:
“…a vida começaria aos 40 porque as mulheres ainda estariam bonitas, já seriam donas de uma carreira consolidada e financeiramente estáveis, teriam passado por percalços suficientes para se sentirem mais confiantes e, então, sem as pressões e inseguranças dos 20 e até dos 30, estariam mais livres para inventar novos rumos para suas vidas – e novos rumos que estariam mais próximos de seus desejos.. ”
Ela continua o texto dizendo que esta explicação não faz mas sentido nos tempos atuais, porém fez muito sentido a mim. E resolvi compartilhar com vocês o que os 40 me trouxe.
O medo da mudança
Eu tinha muito medo desta mudança, principalmente quando estava pertinho de fazê-la. Que foi exatamente quando surgiu uma urgência em mim. Urgência de vida. De aproveitar todas as oportunidades que ela poderia me proporcionar. E ao mesmo tempo uma certa frustração do que eu queria que fosse e não foi.
A minha maturidade chegou por completo aos quarenta, muita coisa mudou dentro de mim.
Uma força de quem sou e do que vim fazer neste mundo transmutou pensamentos, conceitos e limitações que tinha sobre ser quem a gente veio ser. Me tornei mais flexível, moldável, compreensível livre em mim mesma.
Minha carreira amadureceu também. É fácil de perceber! Basta pegar os primeiros textos que escrevi para o Motivação Todo Dia e comparar com os últimos. Eu sinto claramente o quanto saltei. Além de me posicionar no mercado profissional como escritora, terapeuta e promovendo cursos e treinamentos focados ao autocuidado e autoamor.
Todas estas novas funções em minha vida profissional surgiram junto com os 40, então, seria muito ingrata se eu dissesse que a chegada desta idade foi ruim para mim.
O negócio é abandonar a comparação
A verdade é que a gente sempre se sente menos do que alguém, estamos sempre nos colocando em comparação com alguém que em nosso olhar é melhor do que nós.
Eu tinha receio por estar sempre me comparando com alguém que eu admiro. E me bloqueava para ser as diversas mulheres que existem dentro de mim.
E eu sei que você também pode fazer o mesmo a partir do momento que abandonar velhos padrões e regras que colocaram em sua mente e que não lhe cabem nem fazem o menor sentido.
Outra coisa que mudou em mim foi a relação que eu tenho com o meu corpo. Carreguei pesos mentais duros e muito cruéis a vida toda que não faziam sentido e levei tempo para entender isto. Achava que eu ocupava espaço demais com ele, mas hoje eu olho minhas dobras e sobras e agradeço por ter saúde mental e jamais ter me abandonado. Hoje aceito quem sou.
Aceitar quem somos é abraçar a gente
Assumir quem a gente é, tem a ver com aceitação: rosto, rugas, alguns fios brancos, mente e sombras. É acolher todo o conjunto e melhorar o que precisa ser melhorado, só que sem o apontamento e julgamento que normalmente nos ronda.
Para mim a vida se renovou aos 40. Para você pode ser com 25, 50, 18, não importa o número, e sim a mudança. É um processo interno, importante e único que não dá para ser feito por outra pessoa que não seja nós mesmos.
E depois de entendermos que tudo faz parte da forma como nos olhamos com amor que fica fácil de olhar todo o nosso percurso e dizendo a nós mesmas: você fez um excelente trabalho até aqui, agora se joga!