Tenho me sentido com uma sensibilidade aflorada…
Tento avaliar, sem sucesso, se isto tem a ver com a fase da lua ou algum momento específico do meu signo, mas como não entendo muito de astrologia acabo ficando na mesma.
A verdade que tudo tem me acertado mais intensamente: a impaciência minha e dos outros, a falta de escuta generalizada, o olhar de reprovação que vale mais do que mil palavras ou as próprias palavras que não valem nada.
Sempre fui o tipo de pessoa que se emociona facilmente com uma história bonita ou quando vê alguém em situação de dor, mas desta vez está diferente. Acredito que o bichinho da suscetibilidade esteja mais arraigado em mim como se estivesse querendo dizer o tempo todo – sinta mesmo – por todos aqueles momentos em que guardou o choro, o sorriso, a imensidão de seus sentimentos e seu próprio eu. Por todas as vezes que se sentiu desamparada ou perdida e que preferiu sorrir sem propósito a sentir com a alma.
Quando estes “surtos” de emoções chegam em mim, lembro-me da minha terapeuta que dizia ” – para chegar na medida certa você precisa ir do 8 ao 80. Depois descobre a média. ”
Será que funciona assim para todas as coisas? Ou será que uma atitude impensada, impulsiva e espontânea pode render surpresas mais que especiais?
Um beijo roubado, um convite inesperado, uma ligação inusitada, um elogio feito na hora mais inapropriada porém com sentido, não causam desastre, causam um sorriso gostoso na gente, dão aquele friozinho na barriga e provocam uma sensação de acolhimento igualzinho aquele café quente que a mamãe fazia de manhã para a gente…
Eu não sei por quanto tempo mais ficarei à flor da pele, mas espero que esta experiência me permita experimentar mais de mim e mais do outro e enfim, entender que nem tudo é o meio-termo, podemos passear pelos extremos, sem dor ou culpa!