Temos sempre a impressão de que felicidade é algo que tem que ser todo dia e toda hora. Uma obrigatoriedade diante a vida. Quem não tem felicidade todo dia está fadado aos piores nomes da língua portuguesa.
Se formos pensar bem não estudamos na escola como lidar com eventuais tristezas e episódios de dor. Somos ensinados a vencer para “ser alguém” na vida, como se já não fôssemos.
E quanto mais adultos, mais responsabilidades, obrigações, necessidades de sermos isto ou aquilo, esquecendo que somos muito mais do que uma profissão, do que um cargo de diretoria ou do que reconhecidos na rua.
Eu sempre me cobrei para ser feliz ” eu tenho que ser feliz”, ” eu preciso ser feliz”, e foi justamente quando comecei a não ter mais algumas pessoas queridas que eu entendi: temos episódios de felicidade, não estamos o tempo todo assim e ao termos este momento devemos reconhecê-lo imediatamente porque quando ele se for teremos vivido cada gole.
A intenção aqui não é para que ninguém desista da felicidade, mas para que a gente possa pegar mais leve com esta questão. Eu não estou legal? Tudo bem, vou respeitar não estar legal, vou me aceitar assim e me permito sentir isto.
Mas que isto não se torne uma tortura, que a gente não camufle sentimentos e caso esteja se estendendo tempo demais pode ser algo grave e o melhor é buscar ajuda de um profissional.
Tristeza é não reconhecermos em nós mesmos fragilidades.