A autoimagem
Quando eu era pequena me lembro que era quieta e tímida. Já trouxe aqui no blog alguns textos que falavam sobre bullying, questões das mais diversas que envolvem não pertencimento, falta de confiança e medo. Isso tem a ver com a autoimagem.
A autoimagem é a maneira em que nos enxergamos e é na infância que ela começa a ser formada. A criança ainda não tem um ego individualizado, ou seja, ela ainda se mistura muito com o ego dos pais.
Neste momento da infância se ela ouve repetidas vezes a mesma frase de forma negativa pode assumir como verdade essas crenças. Pais que cobram muito dos filhos ou são muito rígidos, que não demonstram alegria nas conquistas dos pequenos tendem a contribuírem para uma autoimagem negativa.
Frases como “você não é inteligente”, “é melhor não tentar porque é muito difícil” diminuem a confiança dos filhos e marcam em suas memórias indo muitas vezes para o inconsciente.
Para Carl Gustav Jung as crianças são o sintoma da família, ou seja, representam as disfunções que aquela determinada família apresenta, sendo como uma tela que passa imagens em restrospectiva.
Uma criança com autoimagem negativa cria um adulto inseguro
Com o passar do tempo alguns não lembram das falas dos pais ou daqueles que eram seus responsáveis, outros não se esquecem, mas não reparam o quanto que isso afeta suas vidas e seguem sua jornada com uma forte tendência em não acreditar em si.
Ansiedade das mais diversas, fobias, pânico, insegurança, são alguns dos sinais de que algo aconteceu e não foi visto e nem cuidado. A terapia atua em situações como essas também para promover o autoconhecimento e dessa forma fazendo com que o cliente compreenda sua insegurança e elabore suas questões de forma consciente.
A síndrome da boazinha
Quando essa mesma criança sente falta de afeto e carinho ou sente que não está atendendo as expectativas dos pais ela cresce acreditando que precisa agradar a todos para ser amada, para ter afeto e reconhecimento.
Alguns comportamentos são percebidos nestes casos:
- Dificuldade em dizer não;
- Medo de rejeição ou abandono;
- Necessidade constante de aprovação;
- Dificuldade em fazer críticas;
- Dificuldade em se posicionar;
Se você se identificou em alguma destas opções ou mais de uma não se preocupe, pois existem maneiras de evitar que essa sensação permaneça na sua vida para sempre.
Com certeza o contribui muito para trabalhar com estas questões e te auxilia em questões assim, mas existem alguns exercícios mentais que você pode fazer.
Egoísmo x Autocuidado
Pessoas que se sentem em débito constante, acreditam que pensar nelas em primeiro lugar é egoísmo. O primeiro passo é entender que egoísmo é quando alguém faz tudo e qualquer coisa em benefício próprio.
Quando nos priorizamos, cuidamos das nossas necessidades e desejos não é egoísmo, é autocuidado e isso é muito importante de ser entendido.
Tenha sempre essa pergunta em mente: estou satisfazendo as minhas vontades ou estou agradando o outro?
É claro que podemos abrir exceções e dizer sim ao outro, mas quando a quantidade de sim para o outro é maior que a quantidade de sim para nós mesmos algo não está funcionando bem.
Por fim, acolha a sua criança interior, dê atenção a falas suas que te levam para a época de criança e se acolha. Se precisar de ajuda, é só !