A arte de pertencer
Minha necessidade de pertencer aconteceu muito cedo pelo meu lembrar. Eu associo esta lembrança quando comecei a estudar. Nas aulas eu não era a mais participativa, para falar a verdade eu não perguntava nada, pois tinha vergonha de me expor e ser motivo de brincadeira, e nas rodinhas do recreio eu ficava no máximo com duas ou três que também eram excluídas.
Até aqui nada de animador…
Pertencer é uma necessidade básica do ser humano.
Para curiosidade, Abraham Maslow psicólogo americano que liderou o movimento humanista. E foi ele quem elaborou a pirâmide de Maslow, colocando as principais necessidades humanas e uma delas está voltada aos relacionamentos, a esta questão de fazer parte de algo.
Será falta de afeto?
Não faltava afeto dentro de casa, mas eu também não contava o que acontecia na escola para a minha mãe e quando eu comentava ela dizia que era melhor não rebater qualquer grosseria que o melhor que eu tinha a fazer era ignorar. Eu fingia que ignorava e por isto o conselho dela não dava certo.
Por dentro, eu me sentia excluída, mas se tem algo que eu recordo bem é que quando eu achava que não ia dar certo, ela reforçava positivamente dizendo que eu conseguia sim, do quanto que eu era capaz.
E esta voz dela sempre reverbera em mim.
Na vida profissional
Eu também não pertencia, apenas estava.
Fiquei muito tempo fazendo o que era certo. Porque não envolvia apenas salários, existia uma estrutura determinada lá atrás pelos meus pais. E o modo como eu enxerguei bom tempo da minha vida sobre o que é ser próspero.
” – Ter um emprego que me desse emprego garantido, remuneração garantida para uma aposentadoria feliz.”
Isso foi o que sempre ouvi em casa. Foram padrões criados dos meus pais, avôs, bisavôs, tataravôs…
E que eu pegava como sendo meu, embora não fosse.
Ter coragem é aceitar as adversidades
Sair do padrão familiar e ancestral que considerava o emprego formal a única saída levou tempo a mim. É que para isto precisamos acreditar na gente, em nossas habilidades e compreender que os erros não só fazem parte como nos ensinam.
E deste modo, eu passei por várias empresas e muitas áreas também. Aprendi um pouco de cada, mas não fiz casa por onde passei, apenas um lar temporário. Em todos eles eu me cobrava de curtir o emprego, a função, enfim, me sentir em estado de flow.
Fazia cursos para preencher meu vazio e ir em busca daquilo que muita gente dizia ” – eu amo o que faço”.
Aquele clique
Foi num curso de autoconhecimento que eu tive um dos primeiros insights para criar o que hoje é este portal. Ali senti ao mesmo tempo alegria e angústia. Alegria, porque eu estava começando meu processo de encontro e angústia por não saber ainda qual o movimento para esta mudança.
Depois dele, muita coisa aconteceu e eu acabei sendo “levada” para este processo de sair da zona de conforto e seguir aquilo que era o meu caminho. Às vezes, isto acontece de forma torta, mas mesmo assim, é o caminho que precisamos seguir.
Esteja presente onde é importante a você
Faça cursos, vá em palestras, leia livros, se ambiente dos temas que são essenciais a você e que esteja em ressonância com aquilo que acredita ser o seu caminho. A escrita sempre foi o meu caminhar, então, fazer o curso com a Ana Holanda, editora-chefe da Revista Vida Simples, que eu leio e gosto foi mais um clique para compreender que a escrita não poderia estar separado do que eu queria produzir.
E como eu tenho um perfil assistencial, qualquer trabalho meu, deveria ter um sentido maior, um propósito de auxílio ao próximo. E disto eu tinha certeza.
Após quase 4 anos de trabalho, unindo as atividades e habilidades que eu tenho consegui compreender o quebra-cabeças.
E de novo um curso surge como uma assinatura minha numa obra de arte. Comecei uma pós sobre psicologia analítica ou conhecida também como psicologia junguiana.
Quando a alegria transborda em lágrimas
Tenha certeza de que é la que você precisa estar. Foi assim desde o primeiro dia de aula. Uma identificação imediata e uma vontade de estudar mais e mais, de saber a trajetória daquele que para mim foi um dos médicos psiquiatras mais humanos da época.
Num momento onde os tratamentos para os chamados “loucos” da época eram com violência, choques e agressão, ver um profissional como Carl Gustav Jung olhando nos olhos, praticando da empatia e do amor é algo a me sensibilizar mais do que posso descrever aqui.
Hoje eu pertenço.
Pertenço com a minha alma em todos os canais do MTD, quando apresento o Conversas que transformam em rodas de conversa, quando faço o Lab IN com a Paula Machado da Look2You, quando atendo alguém e sei que posso auxiliar no processo que ela está e quando encontro o outro e vejo que ele é alguém como eu buscando seu lugar no mundo eu entendo que eu pertenço ao todo este todo me pertence também.
quando escrevo sobre momentos como este, gravo um vídeo ou mando um áudio na lista de transmissão.